lunes, mayo 31, 2010

Etienne López - A groupie brasileira

Em dias de banalização de tudo, ousam nascer pelos backstages já sem glamour, groupies de todas as idades, de todos os tamanhos e de todas as raças. Odiadas por muitos e muito amadas por outros elas são diversão garantida para os astros do rock (e só contam os do rock) ao mesmo tempo que os astros também são diversão e pontuação garantida para elas. Em entrevista a este blog falou conosco Etienne López. Já com 40 anos, uma filha de 20 ,descendente de argentinos, bilíngue, ela contou-nos sem pudor o que acontece com uma groupie sul americana. Despojadamente vestindo jeans, cachecol roxo e camisa branca, nos recebeu em seu apartamento numa capital bastante arborizada do sul do brasil. Área nobre, espaço amplo, muitos livros, discos e fotos, sem muitos rococós, a decoração é formada por lembranças, fotos e alguns souvenirs:

ELCA – Como se sente tendo estado com pessoas e feito coisas que muitos gostariam de ter feito?

Etienne – Me sinto bem, realizada. Não é meu ganha pão, nem minha profissão, era um "hobbie fino" da minha juventude, digamos assim. Eu queria fazer, ia lá e fazia, se não queria eu ia embora. Dizia não e dava tchau.

ELCA – Quando começou a sair e ficar com músicos?

Etienne – Ih, já faz muito tempo, era bem adolescente, uns 16, 17 anos mesmo. Era uma questão de vaidade. Olhava e aqueles caras pareciam tão intocáveis, tão maravilhosos que eu dizia pra mim mesma: "Sim, vou lá, vou ficar com esse cara" E ia lá e ficava.

ELCA – E as amigas?

Etienne – Morriam de ciúmes, e umas ainda morrem, porque entravam nos camarins e queriam fazer, mas não faziam. Eu não, chegava cheia de charme e sabia que aos 17 anos, não tinha rockstar de 40,50 anos que pudesse resistir.

ELCA – E a relação que fazem entre groupies e prostitutas, tem a ver?

Etienne – Claro, hoje em dia elas fazem por grana, fazem por cocaína, fazem por um baseado.Eu não, fazia por amor, não ao músico em si, mas à "entidade" do rock. Eu só ia e ficava quando EU queria, não era assim, com dezessete anos eu era independente, fazia faculdade, morava sozinha, neste mesmo apartamento. Não me drogava, bebia um pouco, mas não interferia na rotina dos músicos, nem da equipe, na verdade na minha época as groupies eram da equipe da banda. Era da técnica.

ELCA – Tem algum segredo?

Etienne – Sim, tem vários. Tem nomes que eu jamais vou revelar, de cantores e músicos que fizeram músicas e carreiras baseados em relacionamentos sérios, firmes. Mas tem segredos que são reveláveis sim. Tu queres saber segredos íntimos ou segredos para ser uma boa groupie?

ELCA – (risos) Eu queria saber dos dois.

Etienne – Bom, para ser uma boa groupie, primeiro tem que ser uma groupie boa. Hoje eu tenho doze kilos a mais do que eu tinha aos dezessete anos, o que significa que eu nunca fui magrinha, mas sempre fui muito interessante. As modelinhos que andam por aí denigrem a nossa imagem, elas querem sair com os astros, transar, engravidar e ter um filho pra garantir uma pensão gorda. Claro que se houver uma relação, se houver sentimento, acontece. Só não pode enganar um homem, que diga-se de passagem é a criatura mais fácil de ser enganada. Mas a groupie não é uma mulher, amante, ou uma fã retardada. Nós somos em primeiro lugar amigas dos músicos, críticas e verdadeiras. Para ser bem sucedida precisei estudar muito, saber alguma coisa de música, que não seja só a música de trabalho do astro "alvo", conhecer as influencias, a história de vida, saber o nome dos instrumentos, as marcas, o valor que eles tem. Eu nuca falei muito e nunca fiquei contando por aí com quem eu ficava. Era um posicionamento de aparecer na sombra. Eu apareço nas fotos, tenho os registros, mas o que a imprensa divulgou foi sempre … superficial, extra oficial e inexato.

ELCA – É um comportamento escorregadio?

Etienne – É.

ELCA – E tu tocas algum instrumento?

Etienne – Se eu contar... (risos) Tocava... Fiz técnica vocal, aprendi um pouco de música clássica, cantei no coro na faculdade, e comecei a aprender piano, conheço partitura, notas, sabia dizer se estava afinado, se tinham, errado o tempo. Claro, anos de flamenco me ajudaram na questão do ritmo. Mas parei de tocar (risos)
 
... em breve a segunda parte

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